A
exemplo do que ocorreu no ano passado em Natal, os(as) jovens que n última
quarta protestaram contra o aumento das passagens dos ônibus foram alvo de uma
violenta repressão policial. Um exagero, pra dizer o mínimo, o uso da força
bruta para dispersar com balas de borracha e bombas de gás uma manifestação
pacífica. Quem se der trabalho de olhar fotos e vídeos do conflito disponíveis
na rede constatará o absurdo da ação policial. Nada justifica a violência.
Repressão Policial ao Protesto dos Estudantes contra o Aumento das Tarifas de Ônibus em Natal |
Da
mesma forma, a exemplo do que ocorreu no passado, mais uma vez a sociedade se
depara com o aumento das tarifas dos ônibus sem qualquer explicação por parte
da administração municipal.
Como
antes, o aumento das tarifas acontece sem debate mais aprofundado e sem
vinculação às contra-partidas relacionadas às melhorias na oferta dos serviços.
Lógico
que as empresas privadas que operam o sistema de transporte público
precisam ter a remuneração adequada à prestação desses serviços. Lógico,
também, que a população receba os serviços em quantidade e qualidade que
atendam às suas necessidades básicas de acessibilidade.
Lamentavelmente,
o tema transporte público só entra na agenda quando ocorrem protestos devido a
aumentos de passagens. Depois, passados os justos clamores, voltamos todos ao
nosso engarrafamento cotidiano. Engarrafamento, inclusive, de iniciativas e
ações governamentais.
É
preciso exigir da atual administração municipal a abertura do processo de
elaboração de uma política para o transporte público em nossa cidade. Neste
contexto, temos que cobrar a tão prometida licitação para contratação das
empresas. O setor se transformou em um negócio totalmente fora da regulação
pública. Essa regulação, baseada em regras claras pactuadas entre os gestores e
os setores privados, dará garantias e tranquilidade àqueles que querem
trabalhar e prestar seus serviços corretamente.
Sem
um plano articulado de mobilidade urbana, definido a partir de um debate
democrático com a sociedade, assistiremos no presente à repetição de práticas
que se mostraram contrárias à garantia do direito básico ao deslocamento, à
acessibilidade aos bens e serviços que a sociedade moderna nos oferece.
Que
o atual movimento contra o aumento das passagens dos transportes coletivos nos
tire da indiferença e do imobilismo frente a este que é um dos graves problemas
de nossa cidade e da região metropolitana: a mobilidade urbana.
Protesto dos Estudantes contra o aumento das tarifas de ônibus em Natal |
No
mais, parabéns aos estudantes que, na última quarta-feira, deram uma nova lição
de democracia indo às ruas manifestar seu descontentamento com a atual
situação. Assim como fizeram as gerações passadas, esses(as) moços(as)
repetiram a ousadia, a coragem e o sonho daqueles(as) que acreditam na força da
mobilização social para transformar a realidade.
Fonte: Deputado Fernando Mineiro
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