quinta-feira, 9 de maio de 2013

Alunos e professores da UFRN promovem campanha “Acessibilidade e Respeito: Eu Posso! Você Deixa?”

Daniel Barbosa é estudante da UFRN e um dos organizadores da campanha. Foto: Wellington Rocha
Daniel Barbosa é estudante da UFRN e um dos organizadores da campanha. Foto: Wellington Rocha

Iniciativa do coletivo E O Aleijado, Sou Eu?, em parceria com a Comissão  de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (Caene), a campanha “Acessibilidade e Respeito: Eu Posso! Você deixa?” pretende sensibilizar alunos, professores e demais funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para o principal problema enfrentado por uma pessoa com necessidades especiais.

A partir desta segunda-feira (06), até a próxima sexta-feira (10), palestras e atividades socioculturais movimentam a instituição. No encerramento, o I Fórum Permanente Sobre Acessibilidade apresentará palestras e mesas-redondas, no Centro de Educaçao da Universidade, bem como um concurso de fotografia sobre a temática.

Com esquetes (pequenas cenas humorísticas) interpretadas por Daniel Barbosa, aluno do curso de Ciências Sociais, um dos organizadores da campanha e também cadeirante, pessoas que circulavam pelo Setor III foram confrontadas com a primeira ação. Ao simular um acidente, que o deixou prostrado no chão, ele esperou sem sucesso por ajuda para levantar. Dois alunos caminharam em sua direção, mas desistiram após os passos iniciais. “Será que a deficiência é só minha? Ou é da sociedade? Fiquei no chão e ninguém veio me ajudar. Olhavam, mas se afastaram sem falar comigo. O que mais me incomoda, além da falta de acessibilidade, é a invisibilidade”.

Principal instituição de ensino do Estado com maior proporção de pessoas com algum tipo de deficiência no país, a UFRN precisa de vários itens para se adequar à lei que ampara esse grupo social. “Como podem falar em igualdade se nem na universidade temos como nos locomover com tranqüilidade? As pessoas não pensam que um cadeirante precisa trabalhar, ter lazer, pagar contas, e que nessa hora não é nada confortante ficar sem conseguir entrar em um prédio ou se movimentar sozinho”, diz Daniel. A falta de autonomia em meio às dificuldades vividas por alunos e funcionários foi o que motivou a Campanha.

“Muita gente tem vergonha de assumir uma deficiência. Tem gente com baixa audição, baixa visão ou mesmo problemas mentais, mas ela não assume. Sem isso não tem como o Caene fazer um trabalho completo. Não temos como atingir o maior número possível”, lamenta Daniel. Com programação nos três turnos, a “Acessibilidade e Respeito: Eu Posso! Você Deixa?” quer expandir o trabalho incipiente na UFRN. “A Caene já presta assistência às pessoas com necessidades especiais. Queremos ampliar isso com a conscientização de todos de que precisamos de intervenções mais sérias, que fundamentem as leis já existentes”.

Para a professora de genética e coordenadora adjunta da Caene, Sílvia Batistuzzo, a dificuldade reside em alterar comportamentos arraigados na sociedade, como o preconceito com o diferente. “Será que conseguimos sair dessa barreira? Será que eu vejo uma realidade diferente? Onde está o problema, não é na falta de sensibilidade individual? São questões que queremos levantar na Campanha. Para isso, no Fórum, receberemos profissionais de outros Estados que nos ajudarão nessa mobilização. Trata o deficiente com mais humanidade e fazer cumprir as leis criadas para eles é um caminho sem volta”.

Fonte: Jornal de Hoje

Nenhum comentário:

Postar um comentário