Carolina
Sarres
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– Não é fácil ser jovem no atual mercado de trabalho, diz a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) no relatório Tendências Globais de
Emprego para a Juventude, divulgado hoje (8). De acordo com a organização,
a fraca recuperação da economia mundial nos últimos dois anos agravou a crise
de emprego entre os trabalhadores dos 15 aos 24 anos (de 15 a 18 anos, em
condição de aprendiz). Essa preocupação já havia sido mencionada pela OIT no
último relatório sobre o tema, em janeiro.
Estima-se
que atualmente cerca de 73 milhões de jovens estejam sem trabalho, o
equivalente à taxa de desemprego de 12,6% para as pessoas nessa faixa etária. A
situação dos jovens é mais difícil nos países desenvolvidos, atingidos mais
intensamente pela crise financeira internacional entre 2008 e 2009, informou a
OIT. Em 2012, essa taxa chegou a atingir 54,3% na Espanha, 54,2% na Grécia,
38,7% em Portugal, 34,4% na Itália e 31,4% na Irlanda. De 2008 a 2012, o
desemprego de pessoas entre 15 e 24 anos foi 24,9%, em média.
A
Espanha registrou recentemente a maior taxa de desemprego desde a década de
1970. Portugal e Itália também já manifestaram preocupação em relação ao
desemprego no continente. Estima-se que o índice em relação aos jovens não caia
para menos de 17% antes de 2016 nos países desenvolvidos.
“Estes
números evidenciam a necessidade de enfocarmos políticas que promovam o
crescimento, a melhoria da educação e os sistemas de qualificação, além do
emprego juvenil”, disse o subdiretor-geral de Políticas da OIT, José Manuel
Salazar-Xirinachs.
Até
2018, a taxa de desemprego entre jovens está projetada para alcançar 12,8%, em
média, com crescentes disparidades regionais, evidenciadas pela dinâmica no
mercado de trabalho dos países em desenvolvimento, como o Brasil. Os dados da
organização mostram que o aumento dessa taxa não tem ocorrido na América Latina
e no Caribe. Em 2012, o Brasil registrou o índice de 13,7% de desemprego entre
pessoas de 15 a 24 anos - o menor na série feita pela OIT entre 2000 e 2012. O
México e o Chile foram outros países da região que tiveram taxas
comparativamente baixas em relação aos demais - 9,7% e 15,8%, respectivamente.
Entre
as consequências do desemprego entre jovens em países desenvolvidos estão a
desistência dessas pessoas de entrar no mercado de trabalho, a tendência a ser
menos seletivos em relação ao tipo de emprego que aceitam exercer e a perda de
potencial produtivo das economias em geral, que não estimulam a força de
trabalho responsável pela sustentação do futuro. “A sociedade está perdendo
habilidades valiosas e deixando de crescer produtivamente, o que aconteceria se
esses jovens fossem empregados em seu nível adequado de qualificação”, informou
a OIT.
De
acordo com a organização, muitos jovens estão recorrendo a atividades de meio
período, assim como a informais. Empregos estáveis, com segurança, que foram
quase padrão ente as gerações anteriores – pelo menos em economias
desenvolvidas – têm sido cada vez menos acessíveis às gerações atuais.
Outro
ponto problemático, segundo a OIT, é a incompatibilidade entre as atividades
exercidas pelo jovens e a especialização que eles têm. Em média, 13,7% dos
jovens europeus, entre 2000 e 2011, exerceram atividades não relacionadas às
áreas em que se especializaram. As taxas de incompatibilidade mais altas em
2011 foram registradas em países escandinavos, na Finlândia (23,3%) e Suécia
(23,1%). A mais baixa foi na Suíça, 1,6%.
Para
a OIT, esses profissionais ficam desatualizados e com os conhecimentos
defasados, devido ao tempo que passam afastados do mercado de trabalho. “É
provável que essas consequências se agravem quanto mais se prolongue a crise do
desemprego juvenil e acarretem custo econômico e social – como o aumento da
pobreza e o crescimento mais lento, que superará amplamente o custo da
inatividade”, explicou o subdiretor Salazar-Xirinachs.
Edição:
Graça Adjuto
Todo
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Fonte: Agência Brasil
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