Nestes
dias 02 e 03 de Abril, em Angicos, por iniciativa das Secretarias de Educação
do RN e do Município, UFERSA e Ministério da Educação, desenvolveu-se uma
intensa programação comemorativa ao ‘Cinquentenário das 40 horas de Angicos’,
que homenageia o professor Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira, pelo
trabalho pioneiro de alfabetização de jovens e adultos, realizado em 1963, no
governo Aluízio Alves. Autoridades estaduais formalizaram o lançamento do Pacto
pela Educação de Jovens e Adultos, assinatura da ordem de serviço do Memorial
Paulo Freire: Museu e Centro de Formação, Mesa de discussão com a presença do
professor Moacir Gadotti (Instituto Paulo Freire), Conferência com Marcos
Guerra, apresentações culturais, relatos, entrega de títulos, etc...
Essa
experiência denominada “As 40 horas de Angicos” representou na concretude
alcançada pelas proposições contidas da obra de Paulo Freire a inequívoca
confirmação do seu compromisso político com os oprimidos. Nesse caso, com a
efetiva aplicação de um método que tornou possível a aqueles 300 trabalhadores
rurais desenvolver suas capacidades de aprender a ler o mundo criticamente, e
dizer a sua palavra afirmando sua cidadania. Daí porque, mais que um método.
Na
aridez de Angicos naquele 1963, também se cristalizou uma perspectiva
pedagógica impregnada de sentido político, de uma educação emancipadora
enquanto prática da liberdade. E essa foi a razão pela qual aqueles que urdiram
o Golpe Militar de Estado em 1964, interrompendo o processo democrático,
voltaram seus ódios para aquelas 40 horas. As palavras do General Castelo
Branco ao afirmar que “ali estão engordando cascavéis” ao referir-se a essa
experiência, nos dão a exata noção do significado histórico e da natureza
política daquele trabalho de alfabetização.
A
dimensão da grandeza do que ali foi experienciado atestado pelo amplo
reconhecimento social, notadamente nos meios acadêmicos nacional e
internacional, faz jus a edificação do memorial e do centro de formação que
serão erguidos em Angicos pelo Ministério da Educação. Sinal desses tempos de
avanços da democracia Brasileira que inverteu o papel do estado - O antes algoz
promotor da repressão e perseguições que impuseram a Paulo Freire o exílio,
agora rende homenagens e constrói um espaço no qual a memória do feito será
atualizada possibilitando ao povo Brasileiro situá-la valorosamente entre as
nossas mais belas construções para fazer emergir plenamente nosso destino. Uma
nação justa e solidária, uma sociedade de mulheres e homens emancipados, livres
de todas as formas de opressão. Viva Paulo Freire! Viva o povo Brasileiro!
Artigo escrito pela Deputada Fátima Bezerra
Fonte:
Novo Jornal
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