A
Escola nacional de Formação do PT preparou uma série especial sobre o tema da
questão indígena no Brasil. As informações são oriundas da pesquisa “Indígenas
no Brasil – Demandas dos povos e percepções da Opinião Pública”, realizada pela
Fundação Perseu Abramo, em parceria com a fundação alemã Rosa Luxemburg
Stiftung em 2010 e 2011.
Além
disso, foram selecionados artigos, entrevistas e notícias relevantes sobre os
povos indígenas brasileiros. Os conteúdos e os capítulos da pesquisa estão
disponíveis para dowload no site da
Escola Nacional de Formação.
Um
desses capítulos trata da situação dos indígenas atualmente no Brasil:
Cerca
de dois terços - 61% dos indígenas e 67% da população considera diferente ser
indígena ou não indígena no Brasil hoje e as diferenças que sobressaem são
negativas (67%), sendo o preconceito a maior delas (42%), seguida por
diferenças na educação (13%), imposição sócio cultural dos brancos e diferenças
nas relações de trabalho (9%, ambos), além da inexistência ou não cumprimento
de direitos específicos e os conflitos envolvendo as terras indígenas (5% e 4%,
respectivamente).
Entre
as diferenças positivas apontadas (21%), a preservação do seu modo de vida e
cultura e a atual existência de direitos para os indígenas são as mais citadas
(8% e 7%, na ordem).
Os
que acham que não há diferença entre ser indígena ou não indígena (37%), citam
principalmente características positivas nesta percepção de igualdade (84%)
ressaltando, sobretudo, a existência de direitos (38%), a igualdade como seres
humanos (32%) e a igualdade no modo de vida (19%) com as mesmas necessidades
atuais entre índios e não índios para moradia, alimentação, vestuário, etc.
Entre
os aspectos negativos das semelhanças entre índios e não índios o preconceito e
as dificuldades são apontados como iguais para todos (2%, ambos).
Mais
da metade dos indígenas residentes em cidades consideram que a situação dos
indígenas está melhor hoje do que há 20 ou 30 anos atrás (59%, posição com que
43% da população brasileira concordam), 23% dos indígenas acha q está pior e
10% que não teve mudança. Entre a população, 32% afirmam que a situação do
indígena está pior e 14% que não teve mudança.
A
percepção de que a situação dos indígenas melhorou, (de 59% da amostra de
indígenas), se deve principalmente ao acesso à educação (44%), seja pela
possibilidade de ingresso em escolas públicas da região ou em escolas dentro
das aldeias (23% e 13%, respectivamente); o apoio que recebem do governo (38%),
com especial destaque para os benefícios sociais como o Bolsa Família, Vale
renda, etc que os afastam da necessidade de esmola (25%), ou ajuda da FUNAI
(10%); além da melhoria de acesso á Saúde (29%), com postos de saúde próximo ou
nas aldeias, com atendimento diferenciado (25%) e acesso a remédios gratuitos
(8%).
A
integração econômica, direito a terra e integração social, são mencionados como
aspectos de melhoria na condição dos indígenas, por 19% para cada item e o
reconhecimento de e direitos, por 17%.
Os
que acham que a situação do indígena piorou (23%) alegam como principais razões
para esta opinião a falta de acesso econômico (38%), com mendicância, fome,
Falta de moradia e dinheiro (37%), a perda de território, a perda da cultura
(37%, ambos) e falta de apoio do governo (18%), sem políticas públicas de
incentivo ou benefícios; além da perda dos recursos naturais e a violência e
discriminação de que a população indígena é vítima (15% e 13%,
respectivamente).
Quem
acha que não houve mudança na situação dos indígenas (10%), acredita que esta
se deve, sobretudo, a continuidade da discriminação (55%), com forte
preconceito, exclusão e exploração dos indígenas (52%); falta de apoio do
governo (36%), com ausência de políticas voltadas para esta população (31%) e a
continuidade de disputa pelas terras (17%). A falta de acesso à educação e
econômico são apontados como marcas dessa continuidade, por 14% e 10% da
população indígena não aldeada entrevistada.
Fonte:
Escola Nacional de Formação do PT
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