Lula durante o debate, tendo ao lado o presidente do Uruguai, Jose Mujica (Foto: Ricardo Stuckert/IL) |
Ex-presidente defendeu a importância de se seguir elegendo governantes progressistas, comprometidos com os trabalhadores e os setores mais pobres da população. |
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Uruguai, José Pepe
Mujica e presidente da Confederação Sindical das Américas (CSA), participaram
na noite desta quinta-feira (4), no prédio do Mercosul em Montevidéu, de um
debate sobre os avanços e novos desafios dos governos progressistas e do
movimento sindical latino-americano.
No
evento, promovido pela Fundação Friedrich Ebert durante o Congresso da CSA,
Lula declarou que os governos progressistas apenas começaram, na última década,
a corrigir os erros feitos durante 500 anos na região “e não há hipótese de
retrocesso” afirmou o ex-presidente confiando que a população que conquistou
ascensões sociais irá demandar novos avanços. Lula defendeu a importância de se
seguir elegendo governantes progressistas, comprometidos com os trabalhadores e
os setores mais pobres da população para o continente seguir avançando.
Na
plateia do evento, sindicalistas de 17 países, a secretaria-executiva da
Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Barcena,
especialistas e políticos da região.
No
debate, Lula mencionou as atividades do Instituto Lula para o desenvolvimento
de uma doutrina que estimule avanços no processo de integração
latino-americana, com reuniões em São Paulo com movimentos sociais e
intelectuais da região. Mujica reforçou a necessidade do Mercosul e América
Latina avançarem na integração além das trocas comerciais. “A integração é
mercado e muito mais. E tem que ser construída. O mercado não vai integrar
nada.”
Bacellar
apontou a importância das políticas brasileiras de transferência de renda,
desenvolvimento regional e valorização do salário mínimo para a redução de
pobreza no país e no continente. Ela lembrou que na última década, segundo a
Cepal, 57 milhões de pessoas saíram da pobreza na América Latina, sendo 40
milhões delas no Brasil.
Lula
apontou em um cálculo feito rapidamente, que os 9,5 trilhões de dólares gastos
pela Europa e os Estados Unidos com a crise financeira, e os 1,7 trilhão de
dólares gastos nos 10 anos da Guerra do Iraque seriam suficientes para
sustentar um programa similar ao Bolsa Família para todos os pobres do mundo
por 150 anos. Mas que em uma visão torta, muitos governos e economistas
seguem vendo os recursos investidos para tirar as pessoas da pobreza como
gastos e não como investimento que estimula o crescimento. “O que foi feito no
Brasil pode ser feito em outros países”, disse o ex-presidente ao lembrar que
em 2003, quando lançou o Fome Zero, não existiam folgas orçamentárias para
criar o programa, nascido do compromisso de combater a pobreza e distribuir
renda.
Fonte: pt.org.br
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