A presidenta Dilma Rousseff assinou, nesta segunda-feira (25), em Alagoas, um pacto por um Brasil sem Miséria - Nordeste. Dilma falou da importância de lançar o programa na região onde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se concentram 80% das 16 milhões de pessoas que se encontram em situação de extrema pobreza no país.
O pacto foi assinado pelos nove governadores do Nordeste e formaliza um esforço conjuno em torno de uma causa nacional. Dilma afirmou que não irá descansar enquanto não retirar parte da população nordestina que se encontra em situação de miséria. Isso vale para todo o Brasil, mas vale sobretudo aqui para o Nordeste”, afirmou a presidenta.
A presidenta lembrou que o programa dá continuidade a transformações vividas pelo país nos últimos anos. Ela voltou a comemorar o fato de que ascenderam às classes médias, deixando a condições de pobreza, 40 milhões de pessoas desde 2005, contingente equivalente à população da Argentina. "Nossa meta é olhar para isso e perceber que, apesar de ter isso uma grande vitória nossa, apesar de termos conseguido junto, a partir de 2003, este feito, ainda restam 16 milhões que nos temos de tirar da miséria”, frisou a presidenta.
“Para o Brasil crescer, o Nordeste tem de crescer”, disse em entrevista a rádios da região, ainda no aeroporto alagoano. Para Dilma, “combater a miséria significa desenvolver o país”. Ela explicou que o Brasil sem Miséria buscará resolver dificuldades rurais e urbanas, começando com um forte investimento em tratamento de água. “Vamos trazer para a região cisternas e abastecimentos simplificados de água, para garantir que o morador tenha acesso a água tratada”, explicou a presidenta.
As questões de saúde também serão tratadas como prioridade. “Vamos colocar Unidades Básicas de Saúde nas regiões mais pobres. Elas estarão localizadas nas microrregiões onde está concentrada a população mais humilde, identificada pelo IBGE”, prometeu. A presidenta ainda garantiu que o governo fará mutirões para quem precisa de óculos e próteses dentárias.
A presidenta mencionou a tentativa de acordo para negociar a dívida de Alagoas com a União e a anistia total ou parcial de débitos de agricultores com bancos públicos. Ao final, Dilma deixou um recado, analisando que a "mulher alagoana tem a característica marcada da mulher brasileira, aquela que garante a estrutura da família".
Dilma Rousseff também homenageou o ex-presidente Lula na figura de sua mãe, dona Lindu, retirante nordestina, e lembrou do projeto iniciado no governo anterior, responsável por retirar da pobreza e incluir na classe média 39,5 milhões de pessoas. “Tenho a honra de continuar esse projeto”, disse.
Numa outra frente do Plano Brasil sem Miséria, o governo federal aposta na educação e profissionalização, disse a presidenta. Na opinião dela, o Brasil só será uma grande potência se todos os 190 milhões de brasileiros tiverem acesso a direitos como a casa própria, saneamento básico, água, mas, sobretudo, acesso à educação de qualidade.
“Nesse imenso caminho que se abre no Brasil, precisamos de muita educação para todos os filhos dos brasileiros e brasileiras. Porque só construiremos um país mais igual se todas as crianças e jovens tiverem direito a uma profissão, capacitação técnica, trabalho decente, e se conseguirem desenvolver a renda em suas comunidades.”
O Plano Brasil sem Miséria atuará com diversas medidas que visam a retirar 9,6 milhões de nordestinos da extrema pobreza. Nesta primeira etapa, as ações visam a garantir o acesso à água na zona rural do semiárido e aumentar a produção da agricultura familiar, por meio da distribuição de sementes, assistência técnica e acordos para a compra de produtos do campo pelo governo e por redes de supermercados.
Dentro do Plano, será priorizada ainda a construção de 638 Unidades Básicas de Saúde em 446 municípios. Também serão ofertadas quase dois milhões de consultas oftalmológicas e mais de 800 mil óculos para estudantes. Outra medida é a instalação de 45 centros de especialidades odontológicas e 91 unidades móveis odontológicas, que vão garantir o fornecimento de 476 mil próteses dentárias. Os investimentos somam cerca de R$ 700 milhões.