Deputada Fátima Bezerra |
A
deputada federal Fátima Bezerra (PT) disse que a gestão Rosalba Ciarlini (DEM)
é o “governo do desmoronamento”, numa alusão a que “tudo desmoronou no governo
do DEM”. Para ela, “o Rio Grande do Norte vai continuar sangrando até o ano que
vem”, quando haverá novas eleições, já que a resposta “virá pela via política”.
A
deputada concedeu entrevista esta manhã ao Jornal da Cidade, da FM 94, quando
analisou o governo Rosalba Ciarlini.
Sobre
o desgaste da governadora, Fátima classificou como “lamentável”, e criticou o
atraso nos salários. “Eu confesso que, chegar ao ponto, inclusive, de atrasar
salários, isso é duro, muito duro, afinal de contas, para quem trabalha, o
mínimo que o servidor não abre mão de maneira nenhuma é ter o seu salário pago
em dia”.
A
petista abordou a “realidade cruel” dos servidores públicos, criticando o
“calote que esse governo deu no conjunto dos servidores públicos estaduais”. “A
minha categoria, no caso dos servidores da educação, o governo até hoje não
pagou os outros 70% referentes ao plano de cargos, carreiras e salários. Mas
não são só os funcionários da educação, mas o conjunto dos funcionários da
Administração Indireta. Todos os funcionários da Administração Indireta também
estão sendo lesados em seus direitos, porque é um direito que os servidores
têm, na medida em que isso passou pela Assembleia Legislativa do RN”, recordou.
Quanto
à greve dos servidores, a deputada disse que tem se colocado como
intermediadora, mas até o momento sem sucesso. “Você veja esse ano greve na
educação, greve na saúde, a Polícia Civil continua em greve até o presente
momento, por mais esforços que a gente tenha feito de mediação. Até a
secretária nacional de Segurança Pública aqui esteve e participou de audiências
com o chefe da Casa Civil, com os demais secretários da governadora Rosalba, a
Assembleia mediando, mas mesmo assim o governo continua surdo, continua mudo”.
Para
a petista, a gestão estadual é “um desastre”, faltando projeto econômico e
social. “É um desastre. Um governo que se perdeu completamente, um governo que,
na verdade, desde o início, e até o presente momento, não se achou enquanto
governo que realizasse uma gestão que tivesse como mote um projeto de
desenvolvimento econômico, social e cultural para o nosso Estado. Um governo
que desde o início não implementou de maneira nenhuma uma política de respeito
aos servidores públicos, de valorização e de garantia de que os serviços
públicos na saúde, na educação, na segurança seriam oferecidos à população, com
qualidade e com eficiência”, observou a parlamentar.
CRÍTICAS
A
deputada Fátima Bezerra criticou duramente o senador José Agripino Maia, por
não se pronunciar em relação ao governo Rosalba Ciarlini. “A crítica que eu
faço aqui é ao governo do DEM, ao governo, por exemplo, liderado pelo senador
José Agripino Maia, que anda calado. Ele fala tanto no plano nacional, critica
tanto o governo da presidenta Dilma, assim como criticava o governo do
presidente Lula”.
Segundo
Fátima, porém, quanto mais o líder do DEM critica o governo federal, mais fica
em descompasso com a opinião pública, porque as pesquisas atestam a aprovação
do governo da presidenta Dilma, o contrário da realidade do RN.
“José
Agripino está mudo. Isso é o governo do DEM, aliás o único governo que o DEM
tem no país. Por que o senador José Agripino não se coloca, diante do único
governo que o DEM tem no país, chegar a esse ponto de crueldade que é atrasar
exatamente os salários? Eu penso que o governo vai pagar caro por isso. E a
resposta virá através da urna”, afirmou.
Ainda
de acordo com Fátima, o governo é chamado governo do desmoronamento porque tudo
desmoronou no governo do DEM. “Então eu quero dizer que eu acho lamentável e
que o Rio Grande do Norte vai continuar sangrando até o ano que vem, porque eu
acho que a resposta virá pela via política. Eu não estou aqui falando do ponto
de vista pessoal, até porque do ponto de vista pessoal eu respeito a
governadora, não faço política de maneira nenhuma sob o prisma da ótica
pessoal”, afirmou.
“Vamos
retomar as conversas e dialogar com o PMDB também”
A
deputada Fátima Bezerra disse que o PT irá retomar as conversas com os partidos
que integram a oposição ao governo Rosalba Ciarlini, PDT, PSB e PSD,
entretanto, incluirá o PMDB nas conversas, já que o partido rompeu com o
governo do Estado. “Na hora em que o PMDB rompe com o governo do DEM,
evidentemente que, à luz da resolução que o PT tem, ele passa a integrar agora
o bloco das forças políticas com que o PT vem dialogando”, disse a petista,
ainda em sua entrevista à Rádio Cidade.
Fátima
lembrou que sempre deixou claro que o arco de aliança do PT é o mesmo dos
partidos que dão sustentação ao governo da presidenta Dilma e que no plano
local fazem oposição ao governo do DEM. “Na hora em que o PMDB rompeu com o
governo do DEM o PMDB está, portanto, nesse arco de partidos que faz oposição
ao governo do DEM”, explicou.
Ainda
de acordo com a deputada, o PT já manteve conversas com o PSD, liderado pelo
vice-governador Robinson Faria; com o PSB, liderado pela ex-governadora Wilma
de Faria; e com o prefeito Carlos Eduardo, presidente estadual do PDT. “Nós
vamos retomar essas conversas agora no segundo semestre e vamos conversar com o
PMDB também, claro. Uma certeza nós temos: é que o PT do Rio Grande do Norte
não colocará os pés jamais em nenhum palanque onde esteja o DEM nem o PSDB”,
afirmou.
SENADO
Fátima
disse ainda que poderá ser candidata ao Senado. “Pode ser. O fato é que nós
estamos nos preparando para, ao lado da prioridade que é eleger a presidenta
Dilma, o crescimento do PT no RN. Eu tenho dito sempre que eu tenho defendido
dentro do PT e vou continuar defendendo que a aliança que o PT venha a fazer no
Rio Grande do Norte seja a aliança mais adequada para a gente atingir os nossos
objetivos”, afirmou.
Entre
os objetivos do PT potiguar para 2014, lembrou Fátima Bezerra, estão fortalecer
o palanque da presidenta Dilma sem abrir mão da ampliação da presença do PT na
Assembleia, manutenção da vaga do PT na Câmara dos Deputados e integrar a chapa
majoritária. “Não é fácil para um partido com o perfil que o PT tem manter essa
vaga no plano federal e nós vamos cuidar desse espaço com muito zelo, com muito
carinho, porque o PT quer manter essa vaga”, afirmou.
“Saída
do PSB não muda correlação de forças do cenário nacional”
A
deputada Fátima Bezerra disse ainda que a entrega dos cargos do PSB não
modifica a correlação de forças políticas do País. “O PSB tornou público não o
rompimento com o governo, segundo o governador Eduardo Campos, mas vai
continuar no âmbito do Congresso Nacional defendendo aquilo que eles julgam que
o governo vem fazendo de bom para a população”, avalia a parlamentar.
Segundo
a petista, o PT irá aguardar para saber que desdobramentos o afastamento do PSB
terá nos palanques regionais. “O PT vai continuar no lugar onde sempre esteve,
ou seja, no campo das forças políticas de perfil de centro esquerda, no campo
democrático-popular”, disse a petista, se referindo a PDT, PC do B, PMDB e
outros.
“Ou
seja: de um lado nós temos as forças de perfil democrático-popular,
hegemonizadas pelo PT e outros, bloco este que foi vitorioso em 2002 e é o
bloco das mudanças, dos avanços e das conquistas; e de outro lado temos
exatamente quem? O bloco hegemonizado pelo DEM, pelo PSDB, pelo PPS, o chamado
bloco neoliberal. Então, esse é o campo da disputa política hoje existente no
nosso país”.
Ainda
de acordo com a deputada Fátima, se o PSB realmente vier a ter a candidatura
própria de Eduardo Campos, no segundo turno é esperada a reunião das forças
políticas de perfil democrático-popular. “Esperamos que isso aconteça, até
porque o PSB – é importante registrar – nacionalmente tem sido um parceiro
estratégico muito importante para o nosso partido; nós temos que reconhecer. O
governador Eduardo Campos é um homem de muitas qualidades. Desde 1989 que o PSB
está nacionalmente ao lado do PT e esse projeto que hoje vem promovendo as
mudanças na vida do povo brasileiro, junto com o PC do B, PDT e outros. Então,
creio que o lugar do PSB deve ser nesse campo de forças mudancistas, de perfil
de centro-esquerda, os partidos políticos no campo democrático-popular. Vamos,
portanto, aguardar”.
Fonte:
JH Primeira Edição
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