O
trabalho infantil doméstico entre crianças de 5 e 9 anos foi erradicado no
Brasil de 2009 a 2011, segundo dados divulgados hoje (12) pelo Fórum Nacional
de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), no estudo O
Trabalho Doméstico no Brasil, com base em informações da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) mais recente. No período, o número de casos
caiu de 1.412 para zero. Em 2008, também haviam sido registrados poucos mais de
mil.
Hoje,
comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Tanto a Organização
Internacional do trabalho (OIT) quanto a FNPeti divulgaram, para marcar a data, estudos
com ênfase no trabalho infantil doméstico no mundo e no Brasil,
respectivamente.
Os
dados apresentados hoje confirmam que há, aproximadamente, 258
mil casos de trabalho infantil no país, como já havia sido informado
pela Agência Brasil. Entre 2009 e 2011, houve 30% de redução no
número de casos - em 2009, foram 362,8 mil. Em relação às crianças e aos
adolescentes das faixas etárias seguintes, dos 10 aos 13 anos, foram mais de
30,1 mil em 2011, envolvidas em atividades domésticas. Entre jovens de 14 aos
15 anos, 92,4 mil e dos 16 aos 17 anos, pouco mais de 135 mil.
Desse
total, mais de 102,6 mil estão no Nordeste, região que mais concentrou crianças
e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando em casa de terceiros. A Bahia foi
o estado da região com o maior número de casos verificados, 26,5 mil. No país,
Minas Gerais foi o que mais registrou esse tipo de atividade – 31,3 mil.
Proporcionalmente, o aumento de casos foi mais expressivo no Rio Grande do
Norte - de 6% da população infanto-juvenil para 15,1%.
A
região em que houve a redução mais significativa do número de casos foi a
Sudeste. Entre 2009 e 2011, a quantidade de crianças e adolescentes nessa
situação caiu de 105,7 mil para 66,6 mil – ainda que, com essa diminuição,
tenha mantido o segundo lugar entre as regiões com mais casos. O Distrito
Federal teve a maior redução percentual - 73% -, seguido por Roraima (68,6%),
Santa Catarina (62,2%) e Pernambuco (55,9%).
Em
relação a gênero, a maioria das crianças e jovens envolvidos em trabalhos
domésticos é do sexo feminino, seguindo a mesma dinâmica verificada
mundialmente - em que mais de 73% são meninas. De acordo com o estudo do
FNPeti, das quase 260 mil crianças que trabalham em casa de terceiros, 93,7%
são meninas (241,1 mil), mais do que a média mundial. Essa proporção foi
praticamente a mesma nos últimos levantamentos da Pnad, em 2008 e em 2009.
Quanto à cor, o trabalho infantil doméstico é majoritariamente negro - 67%
(172,6 mil).
Atualmente,
estima-se que haja cerca de 3,7 milhões de crianças e adolescentes dos 5 aos 17
anos trabalhando no Brasil, segundo dados do último
Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre
o tema, divulgado no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, no ano
passado, e confirmado pelo balanço feito neste ano. Os dados consolidados são
referentes a 2011. Desse total, 7% executam tarefas domésticas, representando
3,9% do contingente total de empregados domésticos no país (de cerca de 7
milhões de pessoas).
Fonte:
Agência Brasil
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