quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Terceirização: Petistas se mobilizam em favor dos trabalhadores e adiam votação do PL 4330

(Imagem: www.cut.org.br)
Primeiro-vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), e o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), costuraram acordo para que votação fosse suspensa
A votação do texto que regulamenta os serviços terceirizados no país foi adiada para o início de setembro. O primeiro-vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), e o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), costuraram acordo para que a votação fosse suspensa, dando assim, mais tempo para o debate entre os órgãos representativos e o governo.

André Vargas atuou nos bastidores para que a discussão do projeto adiado, e disse que é necessário o diálogo, “precisamos rever o conceito de empregado e empregador, tenho posição contrária às terceirizações, acho que precariza as relações de trabalho”, comentou.

O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, explica que o adiamento servirá como estratégia para melhorar o texto, tendo em vista que a sua aprovação não representa a vontade dos trabalhadores brasileiros, “do ponto de vista da opinião pública esse projeto é muito ruim para a imagem do congresso. Nossa proposta é de melhorar o texto dando garantias aos trabalhadores ou o seu arquivamento e início de uma nova rodada de conversas”.

“Queremos fazer um debate mais apropriado, que não ofereça apenas segurança jurídica para o empresário, a regulamentação da terceirização não pode piorar a legislação que temos hoje. Com esse tempo, esperamos que o texto não coloque amarras nos trabalhadores, que tenha um melhor conceito de especialização, contratos de trabalho, tempo de duração do contrato com regras claras, salários dignos e decentes”, explicou.

Já a presidente da CUT-PR, Regina Cruz, diz que o adiamento serve momentaneamente para ampliar o diálogo, “dessa forma podemos conversar mais com os deputados, e colocar os pontos discordantes”, argumentou.

O principal ponto de divergência, segundo Regina, é que o texto, da forma que está escrito, terceiriza tudo, “hoje os postos terceirizados compõe as atividades fim, a partir da aprovação do texto que será apresentado, haverá terceirização para todos os postos de trabalho, com isso, todos os trabalhadores brasileiros estão ameaçados”. De acordo com Regina, as Centrais Sindicais participaram das reuniões da Comissão que analisa o tema, porém, suas reivindicações não foram atendidas.

A CUT sustenta o receio das demais entidades de trabalhadores que enxergam no projeto uma grave ameaça ao direito do trabalho, como a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), o presidente da entidade esteve com Vargas e disse que o projeto é um retrocesso social, “o projeto dilui a responsabilidade do empregador, acaba com a identidade das categorias profissionais e mitiga conquistas e garantias hoje consolidadas, apontando para um caminho em direção ao passado, à escuridão social”.

A CUT marcou para o próximo dia 30, uma mobilização nacional em favor do arquivamento da proposta, “a direção da CUT vai se reunir e dizer que precisamos mostrar ao país que todos os trabalhadores estão ameaçados com esse projeto que rasga a CLT”, disse Regina.
O projeto em discussão voltará à pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no dia 03 de setembro.

Impasse

O governo apresentou uma proposta para tentar atender a parte das demandas apresentadas por representantes dos direitos dos trabalhadores, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Os principais pontos de discordância são a chamada terceirização das atividades-fim (atualmente tratada como “terceirização ilícita” pelo MPT), falta de representação sindical, e a responsabilização das empresas contratantes, em caso de fraudes trabalhistas.


(Assessoria de Comunicação / Mandato André Vargas))

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