Deputado Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara (Foto: Site da Liderança do PT)
“A proposta anistia os grandes, quem
desmatou e, além disso, não prevê a recuperação da área degradada", dia
Jilmar Tatto (PT-SP)
O líder da bancada
do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), lamentou a aprovação, nesta
quarta-feira (25), pelo plenário da Câmara, do parecer do deputado Paulo Piau
(PMDB-MG) ao projeto do novo Código Florestal (PL 1876/99). Para Jilmar Tatto,
o texto aprovado representa “um retrocesso” para o meio ambiente e uma perda
para o País.
“A proposta anistia
os grandes, quem desmatou e, além disso, não prevê a recuperação da área
degradada. É um retrocesso daquilo que estamos fazendo todo o esforço para
construir, que é o crescimento sustentável, motivo de orgulho e que tem sido
elogiado por outros países”, ressaltou.
Ainda de acordo com
o líder do PT, o texto aprovado traz insegurança jurídica que poderá levar a
dois caminhos. “Existem contradições no texto, itens aprovados na Câmara e no
Senado e que foram retirados. Então, pode levar a uma questão judicial e cair
tudo por terra e ficarmos sem legislação. Outra possibilidade é o veto, porque
tem partes no relatório que são inaceitáveis. Vamos ver o que a presidenta
Dilma vai fazer”, disse Tatto.
O líder citou, por
exemplo, o artigo que permite a manutenção, em áreas de preservação permanente
(APPs), de atividades agropecuárias consolidadas até 2008; e a retirada das
regras para as áreas a serem recompostas nas margens dos rios mais largos. O
texto apenas prevê que para cursos d’água com até 10 metros de largura, devem
ser recompostos 15 metros de vegetação nativa.
Após a votação o
líder do PT constatou que bancada ruralista não teve uma votação expressiva de
apoio ao texto. “Eles imaginavam ter mais de 400 votos favoráveis e o texto foi
aprovado apenas com 274 a favor e 184 contra. Eles estão com um sorriso amarelo,
porque esperavam mais e se enfraqueceram”, avaliou.
Os deputados Bohn
Gass (PT-RS) e Márcio Macêdo (PT-SE), que também coordenaram o encaminhamento
da votação em plenário, consideraram que o País perde com a aprovação do
texto. “É lamentável, pois prejudica o nosso País. O relator
anistiou os grandes latifundiários, trabalhou para apenas 1% ,que detém mais de
40% da área da terra no Brasil”, disse o deputado Bohn Gass.
Para o deputado
Márcio Macêdo, o texto aprovado “transformou uma legislação florestal num
código eminentemente agrícola”. “Não foi um bom recado que a Câmara deu para as
futuras gerações e espero que a presidenta Dilma possa fazer as correções
devidas”, frisou o petista.
(Gizele Benitz, site Liderança do PT na Câmara)
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