"Um metalúrgico sem diploma universitário pode fazer mais do que a elite política do Brasil". |
Lula recebeu nesta terça (27), em Paris, o título de doutor honoris causa da prestigiosa universidade fracesa ‘Sciences Po’. Fundada em 1871, a instituição só concedeu a honraria a 16 pessoas. Lula foi a 17a. Antes dele, apenas um ex-presidente havia sido agraciado, o tcheco Vaclav Havel. Ao discursar, Lula realçou o fato de ser o “primeiro latino-americano” a receber o título da ‘Sciences Po’.
Aproveitou os holofotes para alvejar as instituições financeiras e os governos dos EUA e da Europa. Disse que “se esconderam” no alvorecer da crise global de 2008. Antes, disse ele, distribuíam conselhos a países menos desenvolvidos. Quando apertou-lhes o próprio calo, não souberam o que fazer. “Quando a dor de dente é do vizinho, a gente tem todos os remédios para oferecer, mas quando são os nossos próprios dentes, esses remédios não servem.”
Para Lula, a atual geração de líderes do planeta “passou muito tempo acreditando no mercado e deixou de discutir política”. Num instante em que a crise volta a se assanhar, o ex-soberano posou de conselheiro: “Debatam sobre política, porque esta é a saída para a crise”. No mais, Lula jactou-se das realizações de sua ex-presidência. Delcarou-se "orgulhoso de ter criado 14 universidades, 126 campi universitários e 214 escolas técnicas." Quis demonstrar, segundo disse, "que um metalúrgico sem diploma universitário podia fazer mais do que a elite política do Brasil."
Na platéia, além de estudantes e professores locais, o ex-primeiro-ministro português José Sócrates; dois ex-ministros de Lula -Marcio Thomaz Bastos e José Dirceu; e o governador cearense Cid Gomes (PSB).
Fonte: Folha Online
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